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Junho 10
Extinção dos vestígios da Guerra Fria – Normalização das relações diplomáticas entre os Estados Unidos da América e Cuba

No dia 17 a 19 de abril de 1961, deu-se um incidente histórico, em Cuba, que ficou conhecido por desembarque da Baía dos Porcos. Cubanos exilados, treinados pela C.I.A., fizeram um movimento de contrarrevolução, numa tentativa de derrubar Fidel Castro em prol de um governo que não fosse comunista. Isto marcou o início de uma complicada relação entre os Estados Unidos da América e Cuba. Este desembarque falhou, deixando Fidel Castro no poder. O feriado de 19 de abril marca esta primeira vitória de um país da América Latina sobre o imperialismo americano e em homenagem aos que morreram ao lutar a favor de Fidel. Há cerca de 50 anos, estas duas nações mostraram-se intolerantes uma para com a outra e as tensões só foram agravadas. Enquanto o Estado cubano enveredava por uma via comunista, os EUA decidiram cortar relações económicas entre os dois, através do embargo, que se manteve até aos dias de hoje. No entanto, Obama, atual presidente americano, mostrou-se resoluto em caminhar para uma normalização das relações diplomáticas, entre os dois países.

Assim, após anos de pequenas conquistas, a administração de Obama anunciou a retirada de Cuba da lista de “Estados patrocinadores do terrorismo”, no dia 14 de abril de 2015. O lugar que esta ilha ocupava nesta lista, desde 1982, devia-se mais às políticas da Guerra Fria e às guerras civis da América Central (Cuba desempenhou um papel ativo na proliferação do comunismo nos países da América Latina) do que à sua alegada contribuição para o terrorismo internacional, como Estado patrocinador.

Trata-se de uma resolução que contradiz meio século de história vivida e só foi possível pôr esta em prática, com um líder progressivo e outro que permitiu esta mudança. Obama, antes de começar este processo de normalização das relações diplomáticas com Cuba, era bastante popular entre os cubanos e muitos já acreditavam que os EUA, finalmente, tinham conseguido um presidente que compreendia a América Latina. Os esforços deste presidente para restaurar a relação deteriorada foram bem recebidos, quando Raúl Castro se disponibilizou para dialogar com o governo americano, em 2012. A partir daí, várias medidas foram tomadas e cultivou-se uma melhor relação entre os países vizinhos, através dos seus líderes: Cuba libertou diversos prisioneiros políticos, que se encontravam numa lista, apresentada pelos Estados Unidos, enquanto o governo americano libertou o resto dos membros dos Cinco Cubanos. Os Estados Unidos atenuaram certas sanções económicas de Cuba, e reduziram as restrições, com que os cidadãos se deparavam, ao viajarem para a ilha. Em 17 de dezembro de 2014, foi anunciado o acordo para normalizar relações e, eventualmente, acabar com o pavoroso embargo.

Não resta margem de dúvida, que se caminha num bom sentido. As ligações deterioradas por uma guerra ideológica, que nos iria arrastar para mais um conflito internacional, estão, finalmente, a ser reparadas. Pode-se afirmar que o período da história em que os EUA e Cuba, se encontravam de relações cortadas, está a ser deixado para trás. Citando LA Times: “É altura de deixar os ecos da Guerra Fria se extinguirem” e, a este ritmo, assim acontecerá.

Mariana Leite, 12.º G

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