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Maio 19
Um escritor na ESJE - Richard Zimler

Receber um escritor na escola é sempre uma oportunidade pedagógica de enriquecimento humano e cultural. Na sua transversalidade e universalidade, a literatura “diz respeito aos escritores que a escrevem e, por isso, nos escrevem” (Helena C. Buescu), enquanto seres individuais e enquanto cidadãos – de um país, do mundo. 

Disso mesmo nos deu testemunho o encontro com o escritor Richard Zimler que acolhemos na biblioteca da ESJE no passado dia 13. Tendo como turma anfitriã o 10ºJ, a sessão contou com a presença de outras duas turmas, também de humanidades, o 11ºJ e o 12ºH, bem como de outros membros da comunidade escolar. Sala cheia, portanto, em conversa com este autor de uma vasta obra publicada; apelidado de “consciência judaica de Portugal”, nasceu nos EUA em 1956 e vive no Porto há 25 anos.

Foi um diálogo profícuo e interessante, moldado pelo olhar de um estrangeiro que já se reconhece português, uma visão crítica mas humilde e sensata, distanciada mas experiente e refletida.
 
De que se falou, afinal?
 
Da escrita como paixão, exercício que exige esforço, persistência, dádiva e compromisso pessoal e social. Da inspiração e de técnicas de produção textual. Da importância das línguas, da tradução e dos seus desafios. Da valorização e da exigência da qualidade em detrimento da banalidade, mesmo nos livros ditos “para crianças”. Da prática do desporto, de um hobby, do trabalho do jornalismo e do conhecimento da arte. Da curiosidade implícita nas viagens físicas e nas deambulações interiores, tal como as vivências familiares e as relações de amizade, modos matriciais de conhecer o mundo e preparar para a vida. Da e/imigração e da adaptação e das mudanças envolvidas nesses movimentos. Da importância de se falar da História para uma melhor compreensão do presente e para se perspetivar o futuro, evitando-se a repetição de erros. Do direito e do dever de se ser livre e aceitar as diferenças em sociedades onde impera/imperou a violência (“alimento e bebida dos traiçoeiros” – palavras do autor) nas suas mais diversas facetas, quantas vezes encapotadas – a guerra, a ditadura, a discriminação, a rejeição, o racismo, a homofobia, a misoginia, o insulto, agressão verbal e física, a autodestruição, o abuso sobre crianças, jovens e idosos. Da cidadania de quem escreve e de quem lê, de quem ensina e de quem aprende, na conjugação de diversos tipos de saberes e formas de conhecimento, tarefa em que, à escola, cabe um lugar primordial na abertura consciente de caminhos para os territórios da diferença e do respeito. Da relação do autor com os seus leitores – que Zimler concebe como “pessoas inteligentes e sensíveis”.
 
Enfim, falou-se da força e da responsabilidade da literatura, da escrita e da leitura, porque “Ler implica dialogar, abrir-se aos outros, entrar em universos alheios, alargar o horizonte da experiência vivida; desenvolve o espírito crítico e a tolerância, e dá espaço também aos SENTIMENTOS - parte fundamental e constitutiva da personalidade, que as nossas sociedades demasiado economicistas e tecnocráticas tendem a sufocar e a esquecer”. (Teolinda Gersão)
 
Os professores: Alice Pinho e Silva, Lídia Trindade Gonçalves e José Caseiro

 

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